Sou uma leitora compulsiva e não posso colocar de uma só vez uma bibliografia, pois ficaria enorme, mas estes livros ajudam bastante para que a leitura dos contos seja bem entendida.
São livros antigos, mas que continuam atuais, entre eles destaco:
A Gramática da Fantasia – Gianni Rodari – ed. Summus;
História Social da Criança e da Família - Philippe Ariès – ed. Guanabara;
Uma História da Leitura – Alberto Manguel – Companhia das Letras;
O Conto Popular– Michèle Simonsen – ed. Martins Fontes;
Fábulas Italianas – Italo Calvino – ed. Companhia das Letras;
O Imaginário no Poder – Jackeline Held – ed. Summus.
A Gramática da Fantasia – Gianni Rodari
“Através da revelação e da análise de variadas técnicas de invenção, este livro oferece um eficaz instrumento para os que acreditam no lugar da imaginação na educação, para os que acreditam na criatividade infantil, para aqueles que sabem o valor de liberação que a palavra pode ter.
O diferencial do livro é que é enriquecido por um farto repertório de respostas orais e escritas dadas por crianças, colhidas pelo autor ao longo de muitos anos de atividade.”
História Social da Criança e da Família – Philippe Ariès
“A sociedade da metade do século XX, com os problemas que se colocam diante de nós, como a atitude diante da vida , a atitude diante da morte, os contraceptivos, etc., são para mim, fontes históricas. Não posso fazer abstrações das observações que faço quando saio à rua. A vida de todos os dias é apaixonante e quanto mais ela for cotidiana mais ela é apaixonante.
O fundamental é o desejo de encontrar um mistério central, mas nunca estamos diante desse mistério, estamos no meio da rua. Então, eu caminho por um mundo que é um mundo de curiosidade, excitando constantemente minha curiosidade, algumas vezes maravilhando-me: por que tal ou qual coisa? E é isso que me faz pular para o passado: eu penso que nunca segui um comportamento histórico que não tivesse como ponto-de-partida uma questão colocada pelo presente.” (Philippe Ariès)
Uma História da Leitura – Alberto Manguel“De certa forma, todo livro escolhe seu leitor, mas Uma História da Leitura parece ter um modo muito particular de exercer essa escolha: talvez com uma ou outra exceção, todos os que se dispõem a lê-lo integram a comunidade anônima da pessoas que gostam de ler . Por isso, cada uma delas encontra no livro certos fragmentos de sua própria experiência: o encantamente do aprendizado da leitura, a leitura compulsiva de tudo (livrinhos de escola, cartazes de rua, rótulos de remédio,etc), o prazer solitário de ser amigo do peito de Simbad, o Marujo, de acompanhar a multiplicação dos significados de uma palavra, de descobrir o final da história. Como um volume da biblioteca impossível de Borges, o livro de Alberto Manguel contém um pouco da autobiografia de cada um dos seus leitores.
E, sem dúvida, também do autor, cuja erudição ao falar de séculos e séculos de história é primeiro filtrada por uma vivência pessoal intensa. A clareza do texto de Manguel parece refletir uma generosidade, uma vontade de compartilhar informações, perspectivas e modos de sentir o ato de ler.
“Ler para viver”, Flaubert escreveu, ou na visão de Kafka, “Ler para fazer perguntas”. Das plaquinhas de argila da Suméria aos nossos cibertextos, sabemos que a história registra não só uma infinidade de motivações para a leitura, mas também para a sua proibição, como se fosse da natureza da palavra escrita penetrar a intimidade do leitor e fazê-lo agir, fazê-lo mover-se para lugares que só ele é capaz de escolher. O Ato de Ler pressupõe e, simultaneamente, cria uma liberdade.
Alberto Manguel é primeiro um leitor, e, nesta condição , se escolheu para narrar as conformações da leitura ao longo do tempo, é porque está ciente de quantos tentáculos uma boa história pode ter”.
Curiosidade: O autor de “Uma História da Leitura”, Alberto Manguel, deu uma entrevista para as páginas amarelas da revista Veja de 07 de julho de 1999 onde conta porque tornou-se um escritor. Ele durante dois anos foi à casa de Jorge Luis Borges, para ler textos os quais ele não mais podia enxergar. Desta forma solidificou sua paixão pela leitura e tornou-se um grande escritor.
O Conto Popular – Michèle Simonsen“Quando se fala em Conto Popular logo se pensa nos Contos de Perrault. Os verdadeiros contos populares, aqueles que ainda há pouco tempo estavam vivos na tradição oral, foram recolhidos pelos folcloristas da boca de marujos, camponeses, artesãos, etc., esses contos são muito numerosos e bem diferentes das dezenas de narrativas adaptadas por Charles Perrault para as damas da corte de Luis XIV.
Têm também um sabor bem diferente das histórias adocicadas dos livros infantis.
O conto popular não é apenas uma forma de literatura oral. É uma prática social que só pode ser plenamente compreendida dentro de uma perspectiva etnológica.
O objetivo do livro é permitir que o leitor conheça as riquezas da tradição oral e as pesquisas que estão sendo realizadas no estudo dos contos populares”.
O Imaginário no Poder - Jacqueline Held“É um amplo painel das tendências da literatura infantil moderna, apoiado em múltiplos textos, extraídos de autores de diferentes países, incluindo o Brasil.
A autora associa os mais variados aspectos da Literatura Infantil, inclusive o humor e a ficção científica , à evolução psicológica e intelectual da criança, apontando os caminhos para a formação de um futuro adulto equillibrado e consciente de si mesmo”.
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4 comentários:
Li quase todos estes e realmente são ótimos "guias" para pensarmos sobre histórias, fantasia e imaginário! Tão importantes para a vida de todos! Sempre!
Beijins
Já vi q vou "morar" dentro desse blog...Dicas preciosas de quem entende do assunto, uma verdadeira aula!Bjkas.
Já vi q vou "morar" dentro desse blog...Dicas preciosas de quem entende do assunto, uma verdadeira aula!Bjkas.
Nossa, quanto livro bom!!! Preciso me atualizar e comprar alguns. Vc deve ter muitos outros q valem a pena ler, coloque no blog para as amigas conhecerem. Vou comprar todos,depois conto se gostei.Grande abraço de uma futura amiga desconhecida
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