- Inclusão social - IDOSOS
O nome já é bem significativo...INCLUIR, ou seja, colocar no lugar certo na sociedade!
Para isso acontecer é necessário: muita compreensão, paciência, dedicação, política pública e muitos outros requisitos. Só assim podemos pensar em uma sociedade melhor e com participação de todos aqueles que são os excluidos, como: os deficientes, os negros, os sem terra, as crianças de rua, os idosos e tantos outros.
Resolvi então, escrever sobre o que sei um pouquinho... Idosos.
Conheço bem esta realidade, pois vivi no meio de muitos idosos na família e eu era sempre quem segurava os problemas que iam aparecendo. Não me arrependo, porém ficou mais fácil entender como é difícil conviver com alguns idosos. Temos que aguentar problemas de todos os tipos e as mais complexas situações. Todos esses contratempos me fizeram enxergar como os Idosos são excluídos , não da sociedade, mas principalmente das famílias. Vivi com alguns exemplos como minha avó Carolina que se foi os 97 anos, ainda lúcida e bem humorada. Ela é até hoje para mim um exemplo de mulher que por si só se Incluía, deu um belo exemplo de vida. Outros idosos da família já deram mais trabalho, foram várias situações de dificuldade e exclusões voluntárias.
Compartilhei momentos bem difíceis com eles, mas foi um tremendo aprendizado.
Hoje, sou voluntária em uma casa de idosos, onde eles entram pela manhã e saem à tarde. Esses sim precisam ser Incluídos, e é para isso que trabalhamos. É muito difícil a inclusão em função das famílias que os colocam lá , mas nem sempre participam das atividades festivas. Muitos se queixam do descaso, de não serem ouvidos e serem quase invisíveis.
No momento, a moda é levar idosos para o teatro (as Vans das velhinhas , como chamam), fazer bailes para eles se divertirem, passeios sem graça, já que não são escolhidos por eles. Em resumo: o idoso passa a ser criança novamente, só faz o que mandam e não pode reclamar.
Sei que há inúmeras exceções, porém este é o quadro mais real e que precisa ser mudado com urgência. Não há política de saúde e eles são obrigados a ficar em filas de hospitais públicos e não são nunca bem atendidos (quando não morrem na fila!) Os que ainda conseguem ter um plano de saúde (caríssimos para esta idade) têm um pouco mais de assitência.
Outro enorme problema é o descrédito dos jovens em relação aos idosos, mesmo os das suas famílias. Não temos uma cultura que mostre a esses jovens que os idosos podem dar ideias e até conselhos!!!! Como acontece na cultura oriental, pois lá eles já são criados dentro de uma hierarquia e o respeito vem naturalmente. Aqui não há o mínimo respeito e isso foi bem mostrado na novela “Mulheres Apaixonadas”, onde a neta faz as piores atrocidades com avós idosos.
Acho que o que tem que ser mudado é a educação da criança, e para que isso aconteça é necessário ensinar que respeito é obrigação por quem já viveu e ,quem sabe, já sofreu por nós.
Há 12 anos fundei com uma amiga um clube da maturidade,(para que ninguém se sentisse velho!) onde os idosos vão toda quarta feira para conversar, assistir a palestras, participar de oficinas, de passeios e também de outras atividades. Mesmo sendo um clube mais elitista (pois pagam uma mensalidade) há aquelas que têm problemas com a família e vão lá para se divertirem. Outras não têm família e lá se sentem acarinhadas. É um processo de Inclusão, pequeno, mas que tem dado certo.
Porém, na casa convívio, (http://www.casaconvivio.com.br)onde/ onde os idosos vão 4 dias por semana e alguns são pobres a coisa é bem diferente. Mesmo participando de oficinas, bailes, bingos, eles, às vezes, chegam bem deprimidos e tristes. Tentamos sempre conversar e ajudar nesses momentos. Alguns, além de toda a exclusão, ainda sofrem do Mal de Alzheimer e com esses fica difícil conversar, mas tentamos reintegrá-los com amor e muita brincadeira, vez ou outra dá tudo certo. A meu ver,a carência afetiva é o maior de todos os males, visto que eles se isolam e fica difícil a convivência. Alguns reclamam da família, outros vivem de lembranças, porém sempre há os que procuram aproveitar todos os momentos na casa e saem de lá à tarde bem felizes. Para mim é, sem dúvida um trabalho que faço com muito amor , não só por já ter vivido bem de perto esses dramas e conflitos, mas por poder me doar um pouco em prol desta inclusão na sociedade tão sonhada.
Minhas idosas queridas:
O nome já é bem significativo...INCLUIR, ou seja, colocar no lugar certo na sociedade!
Para isso acontecer é necessário: muita compreensão, paciência, dedicação, política pública e muitos outros requisitos. Só assim podemos pensar em uma sociedade melhor e com participação de todos aqueles que são os excluidos, como: os deficientes, os negros, os sem terra, as crianças de rua, os idosos e tantos outros.
Resolvi então, escrever sobre o que sei um pouquinho... Idosos.
Conheço bem esta realidade, pois vivi no meio de muitos idosos na família e eu era sempre quem segurava os problemas que iam aparecendo. Não me arrependo, porém ficou mais fácil entender como é difícil conviver com alguns idosos. Temos que aguentar problemas de todos os tipos e as mais complexas situações. Todos esses contratempos me fizeram enxergar como os Idosos são excluídos , não da sociedade, mas principalmente das famílias. Vivi com alguns exemplos como minha avó Carolina que se foi os 97 anos, ainda lúcida e bem humorada. Ela é até hoje para mim um exemplo de mulher que por si só se Incluía, deu um belo exemplo de vida. Outros idosos da família já deram mais trabalho, foram várias situações de dificuldade e exclusões voluntárias.
Compartilhei momentos bem difíceis com eles, mas foi um tremendo aprendizado.
Hoje, sou voluntária em uma casa de idosos, onde eles entram pela manhã e saem à tarde. Esses sim precisam ser Incluídos, e é para isso que trabalhamos. É muito difícil a inclusão em função das famílias que os colocam lá , mas nem sempre participam das atividades festivas. Muitos se queixam do descaso, de não serem ouvidos e serem quase invisíveis.
No momento, a moda é levar idosos para o teatro (as Vans das velhinhas , como chamam), fazer bailes para eles se divertirem, passeios sem graça, já que não são escolhidos por eles. Em resumo: o idoso passa a ser criança novamente, só faz o que mandam e não pode reclamar.
Sei que há inúmeras exceções, porém este é o quadro mais real e que precisa ser mudado com urgência. Não há política de saúde e eles são obrigados a ficar em filas de hospitais públicos e não são nunca bem atendidos (quando não morrem na fila!) Os que ainda conseguem ter um plano de saúde (caríssimos para esta idade) têm um pouco mais de assitência.
Outro enorme problema é o descrédito dos jovens em relação aos idosos, mesmo os das suas famílias. Não temos uma cultura que mostre a esses jovens que os idosos podem dar ideias e até conselhos!!!! Como acontece na cultura oriental, pois lá eles já são criados dentro de uma hierarquia e o respeito vem naturalmente. Aqui não há o mínimo respeito e isso foi bem mostrado na novela “Mulheres Apaixonadas”, onde a neta faz as piores atrocidades com avós idosos.
Acho que o que tem que ser mudado é a educação da criança, e para que isso aconteça é necessário ensinar que respeito é obrigação por quem já viveu e ,quem sabe, já sofreu por nós.
Há 12 anos fundei com uma amiga um clube da maturidade,(para que ninguém se sentisse velho!) onde os idosos vão toda quarta feira para conversar, assistir a palestras, participar de oficinas, de passeios e também de outras atividades. Mesmo sendo um clube mais elitista (pois pagam uma mensalidade) há aquelas que têm problemas com a família e vão lá para se divertirem. Outras não têm família e lá se sentem acarinhadas. É um processo de Inclusão, pequeno, mas que tem dado certo.
Porém, na casa convívio, (http://www.casaconvivio.com.br)onde/ onde os idosos vão 4 dias por semana e alguns são pobres a coisa é bem diferente. Mesmo participando de oficinas, bailes, bingos, eles, às vezes, chegam bem deprimidos e tristes. Tentamos sempre conversar e ajudar nesses momentos. Alguns, além de toda a exclusão, ainda sofrem do Mal de Alzheimer e com esses fica difícil conversar, mas tentamos reintegrá-los com amor e muita brincadeira, vez ou outra dá tudo certo. A meu ver,a carência afetiva é o maior de todos os males, visto que eles se isolam e fica difícil a convivência. Alguns reclamam da família, outros vivem de lembranças, porém sempre há os que procuram aproveitar todos os momentos na casa e saem de lá à tarde bem felizes. Para mim é, sem dúvida um trabalho que faço com muito amor , não só por já ter vivido bem de perto esses dramas e conflitos, mas por poder me doar um pouco em prol desta inclusão na sociedade tão sonhada.
Minhas idosas queridas:
Aos 93 anos ainda participa muito - teve 11 filhos
Com os fantoches feitos por elas.
Aos 94 anos desfilando na passarela!
Maquiadas para desfilar.
Como platéia em dia de teatro.
Brincando o Carnaval!
8 comentários:
lindo seu texto, parabens pela bela participação nesta gde idea, a blogagem coletiva.
abraços
Muitas vezes pergunto como que simples atos de verdade como foi desempenhado pela Ester, nos faz entrar nesse mundo magico de verdade; esse mundo que ao mesmo tempo falamos de algo serio, encontramos novos amigos, novos conteudos. Isso se chama mudança, isso é incluir na sociedade, mostrando o que somos capaz. E hoje ao ler seu conteudo deparo com varias suspresas como essa, que faz eu parabenizar a vc.. pelo excelente trabalho...
Continuemos....abraços
"A gente nao faz amigos, reconhece- os"
Vinicius de MOrais
Marisa, eu as vezes custo a acreditar que idoso tenha entrado na famigerada lista da "inclusão social". Isso pra mim chama-se falta de consciência, de respeito, de tudo ... Bela postagem ! Bj
Admiro mt teu trabalho com idosos Marisa, essa descoberta que eles tem de que podem ainda ser mt uteis, é fundamental! e vc ajuda nesse processo, assim como minha mamaelá no Amazonas :)
Marisa, querida!
Que belíssima postagem sobre o trabalho com os idosos!
Muito apropriado o seu texto, teríamos que ter blogagens assim mensalmente para aprendermos mais sobre outras realidades e outros saberes, essa troca é formidável!
Obrigada por ter participado dessa imensa confraternização de idéias!
Depois passa lá que tem selo para vc e todos que participaram da blogagem coletiva,
bjs,
Oi Marisa,
Infelizmente tenho que concordar com vc quanto as pessoas não valorizarem tanto o trabalho com os idosos, nossa cultura ainda é primitiva e cruel no trato dos mais velhos, temos muito que caminhar ainda para atingirmos as mudanças profundas, mas não podemos desanimar,
mas continue trilhando esse maravilhos caminho, fazendo esse trabalho lindo, sendo feliz naquilo que faz e acredita,
bjs,
Sem palavras! Parabéns e que Deus lhe dê forças para continuar algo tão nobre! Um bj
Marisa,
Hoje acordei a mil!!! Estou confusa e me sentindo roubada da vida, apesar de achar seu texto espetacular.
Vou lhe contar:
Há 3 anos meu pai faleceu e como filha única assumi a orientação de minha mãe, a qual não tem nenhuma noção de vida (filha única, protegida pelo pai, depois pelo marido, nunca trabalhou fora, e só pra vc ter uma idéia ela pergunta se 10 Reais dá pra comprar um filão.)
Depois de 2 anos morando sozinha, trouxe-a para morar comigo, construi um apartamento e a instalei, isso devido a complicações do diabetes que a está deixando cega, o médico falou que não ela tem mais condições de ficar só.
Há3 anos tbm tive um cancer o qual foi operado com sucesso mas ficaram algumas sequelas.
Considero-me uma pessoa feliz pois tive a oportunidade de viver, e sou agradecida por isso.
Nesta temporada em que minha mãe mudou-se para minha casa, sinto-me totalmente esgotada! Ela só reclama,não aguento o: Bom dia está doendo isso e aquilo. Sinto que ela também não está feliz.
Nunca nos demos muito bem, ela sempre teve o costume de conseguir tudo através de chantagem com doença, e meu pai paparicava por acha-la uma sofredora.
As vezes fico com a consiencia pesada ela se tranca no quarto e eu me enfurno no computador. Temos brigas homéricas.
Ela nunca está bem, se saimos é porque andou muito, se ficamos em casa é porque ela não sai.
Sinto-me totalmente esgotada, parece que ela suga todas as minhas energias.
Reconheço e admiro muito seu trabalho, sei que vc não irá resolver meus problemas, mas o desabafo já ajuda muito.
Beijos!!!!
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